Salve, família! Como vocês estão? Nesse post vou contar como foi a experiência de ir ao Jalapão, esse pedaço de terra linda que fica no coração do Brasil, no estado do Tocantins e me conquistou rapidamente com suas belezas naturais incríveis. Realizei essa experiência com a agência Jalapão Oficial, do querido Cristiano, que é guia por lá a muitos anos e conhece cada canto desse lugar. Vou relatar o roteiro que fizemos, que foi de 6 dias, dando a volta no Parque Estadual do Jalapão e ainda pudemos conhecer vários lugares bacanas nos arredores.
Como chegar?
O melhor jeito de chegar é de avião, principalmente para quem está mais distantes, chegam vôos diários no aeroporto de Palmas e a maioria dos roteiros saem de lá, se você contratar uma agência, provavelmente o traslado estará incluso.
O Parque está situado a 190 quilômetros do aeroporto, a entrada é num município chamado Ponte Alta, a partir daí meu amigo… só estrada de chão!
Dia 1
Saímos da pousada em que estava hospedada em Palmas por volta das 08:00 da manhã, em direção ao município de Taquaruçu onde começaria nossa aventura. A primeira parada foi para conhecer a Cachoeira da Roncadeira, que tem uma linda queda de 70 metros de altura, onde é possível também fazer rapel. No mesmo complexo fica a cachoeira do Escorrega Macaco, mas estava um pouco seca.
Almoçamos uma comida caseira deliciosa em Taquaruçu e partimos para a Cachoeira do Evilson, que também fica na região. Algo que tenho que deixar bem claro desde o início: eu comi muito bem! todos os dias! comida de verdade, caseira, bem temperada, maravilhosa!!!
A Cachoeira do Evilson é absurdamente linda! fica dentro de uma propriedade privada onde também é possível fazer uma refeição ou um lanchinho, aqui foi nosso único ponto de caminhada da viagem, você desce uma trilha de 1.500 metros até a cachoeira, que me fez muito feliz porque no Jalapão você fica muito tempo dentro do carro, então qualquer possibilidade de caminhada me deixava bem animada.
Na mesma região, ainda em Taquaruçu, é possível fazer uma tirolesa de 1.300 metros de cumprimento, até tentei, mas o proprietário não me atendeu. Fica a dica, se quiser muito fazer a tirolesa, converse com seu guia para que ele veja com antecedência pra você, eu não sabia e perdi.
Depois de visitarmos a cachoeira do Evilson, seguimos viagem até Ponte Alta, que é um município conhecido como o Portal do Jalapão, onde pernoitamos numa pousada incrível, conhecida como “Fazendinha”. Olha, como fui feliz neste lugar! o quintal cheio de pés de caju, todos nos receberam tão bem, nasceu uma amizade linda por cada um da Fazendinha!
Dia 2
O mais comum nos roteiros é assistir ao pôr do sol na Pedra Furada, porém, estava acontecendo uma epidemia de abelhas e nosso anfitrião, Cristiano, nos deu a ideia de ver o nascer do sol por lá. Com isso, pudemos curtir o lugar sozinhos, foi bem maneiro, além de ter menos abelhas neste horário, o que deixou a visita bem tranquila.
Ver o nascer do Sol na Pedra Furada foi espetacular! Saímos de Ponte Alta umas 05:00 da manhã e ficamos por mais ou menos duas horas lá, admirando aquele cenário encantador.
A Pedra Furada é um encanto de lugar e se você estiver a procura de boas fotos, este é um dos cartões postais do Jalapão.
Voltamos pra pousada para tomar café da manhã e depois seguimos para a Lagoa do Japonês.
A Lagoa do Japonês é muito bacana, lugar lindo demais, água cristalina! Você fica bastante tempo lá, o que não é tão comum nas atrações do Jalapão (ficamos por cerca de 4 horas). Almoçamos por lá uma comidinha bem típica, galinha caipira deliciosa. Conheci uma família maranhense muito bacana, que me deram muitas dicas sobre a Chapada das mesas (próxima Chapada?). Importante usar sapatilhas de mergulho porque tem muitas pedras e são cortantes, não dá pra vacilar. Você pode alugar por R$ 10 reais e é possível alugar também coletes salva-vidas, máscaras de mergulho e até um barquinho.
Que lugar! Água cristalina, tudo lindo, natureza perfeita de Deus. Aconselho o aluguel (ou leve, caso tenha) de sapatilhas de mergulho, há muitas pedras na lagoa e são bem afiadas, bateu, cortou. Ficamos por umas quatro horas explorando a lagoa, almoçamos por lá, descansamos e você pode nadar bastante, ir até uma gruta linda. Enfim, vale a pena demais, não deixe de fazer este passeio porque é realmente incrível.
Voltamos para Ponte Alta novamente para pernoitar e no dia seguinte finalmente iríamos para o Jalapão.
Dia 3
Esse foi o dia mais pesado, aproximadamente 8 horas dentro do carro nas estradas de chão do Parque Nacional do Jalapão. O corpo ficou moído!
O trajeto é muito difícil. Cadê o estado pra dar uma ajuda e passar uma máquina pra melhorar a estrada? Mas, no fim da trip eu descobri que essa é a magia! Se fosse asfalto, nunca seria tão legal! Pode ter certeza, você irá agradecer por ser assim.
Cânion Sussuapara
Começamos o dia visitando o Cânion Sussuapara, lugar bem rústico e muito bonito, que fica a 20 km de Ponte Alta do tocantins. Grandes paredões de rocha arenítica, que dizem até realizar desejos! É bem bonito, você vai caminhar dentro do cânion, praticamente sem molhar os pés até chegar a cascata. Nesses paredões úmidos, a água desce também através das raízes penduradas, com uma vegetação bem bonita, um cenário diferente do restante do Jalapão, que vale muito a pena visitar.
Cachoeira da Velha
Essa cachoeira é enorme, cascatas gigantescas, que vem do Rio Novo, um dos maiores rios de água potável do mundo. É uma das principais atrações do Parque Nacional do Jalapão, o acesso se dá por uma plataforma de madeira construída para contemplação dos turistas. Não é possível acesso direto à cascata devido a força da água (não recomendo a tentativa, risos), mas aqui é possível a prática de rafting, você pode combinar com seu guia e curtir com um pouco mais de emoção. É a maior cachoeira da região! Linda demais!
Prainha do Rio Novo
Bem ali pertinho da Cachoeira da Velha fica a Prainha do Rio novo, onde fizemos nosso lanche no meio do dia e pudemos descansar e nos banhar nas águas tranquilas. É bem bacana o lugar, água quentinha, embaixo de um sol de rachar, ninguém quer sair da água! Essa prainha foi também um dos cenários do file “Deus é brasileiro”, lugar paradisíaco do Jalapão, ótima opção para relaxar e repor as energias.
Pôr do Sol nas Dunas do Jalapão
Depois de descansar na Prainha do Rio Novo pegamos a estrada novamente para curtir um pôr do sol espetacular nas Dunas do Jalapão.
Um dos lugares que mais gostei, o cenário é realmente lindo! No final da tarde, horário mais indicado para visitação, a cor da areia se intensifica, perfeito para que você tire lindas fotografias. Esse lugar ajudou a dar fama ao Jalapão, vista incrível do pôr do sol, energia boa demais, cenário inspirador.
Existem guardas por lá garantindo que você não tire nada do lugar, local de visita obrigatória para seu roteiro, é surreal. Um conjunto de fatores da natureza formam essas dunas lindas e dão aquela sensação de que valeu muito a pena viajar para tão longe, sofrer nas estradas de terra e chegar ali, muita gratidão!
Saímos das Dunas ao anoitecer e mais estrada de chão até chegarmos em Mateiros, onde seria nosso pernoite. Foi um dia exaustivo, chegamos por volta das 20:30, calculamos uma média de 8 horas dentro do carro, o corpo fica moído, mesmo numa 4×4 que deveria ser confortável, mas tenho que te contar uma coisa: o Jalapão é Bruto, lembra?! Neste dia eu tive a certeza que era!
Dia 4
Chegou o tão sonhado dia de conhecer os famosos Fervedouros do Jalapão!
Se você ainda não conhece, fervedouros são nascentes de rios subterrâneos que estão em piscinas naturais, brejos, riachos, onde a água nasce com forte pressão jorrando do lençol freático e você fica flutuando, isso mesmo, a pressão é tão forte que joga nosso corpo pra cima. É uma delícia, além de serem muito bonitos, com água cristalina, na maioria deles meio azulada.
Fervedouro dos Buritis
Esse foi o primeiro, lindão! quando você vê o primeiro fervedouro, tem um choque de amor. Hoje em dia, eles tem controle de quantidade de pessoas e tempo de permanência (que dura entre 15 e 20 minutos). Isso é para ajudar na preservação, para que outras pessoas tenham a oportunidade de conhecer. Temos a obrigação de cuidar dessas belezas! A maioria fica dentro de alguma propriedade privada, os preços para visitação são entre R$ 15 e R$ 20 reais e normalmente já está incluso no pacote. Estávamos em um grupo de 8 pessoas, conseguimos fazer juntos quase todos e sempre éramos os próximos, não perdemos tempo esperando, mérito da Jalapão Oficial, que monta os roteiros de forma que facilita isso.
Fervedouro do Ceiça
Esse é fantástico, um dos mais bonitos na minha opinião, totalmente preservado, como Deus criou. A pressão forte da água não deixa afundar mesmo. Sensação diferente, nunca vi igual. Areia bem fininha. Não é permitido protetor solar em nenhum deles, para ajudar proteger a água.
Depois fomos ver o encontro das águas entre o Rio Soninho (água fria) e o Rio formiga (quente). É preciso atravessar um rio para chegar lá, e tem um cabo pendurado pra dar uma forcinha.
Lá também se encontra o fervedouro “do encontro das águas”, pequenininho, porém muito lindo, são permitidas no máximo quatro pessoas por vez. Este era o que tinha mais pressão na água de todos os que visitei. É tão forte, que ao sair, tem que entrar no rio pra tirar a areia que fica no corpo e nas roupas de banho. Delicia de lugar!
Todo esse controle de quantidade de pessoas e tempo de permanência nos fervedouros é bem importante pra preservação dos locais e também pra que você curta tranquilo. Imagina ficar nesse lugar lotado? Não seria legal, tiraria a magia do lugar. Importante respeitar o que os proprietários pedem e principalmente respeitar a natureza, assim você estará fazendo sua parte e além disso, permitindo que outras pessoas também conheçam um dia.
Avançamos um pouco mais em nosso trajeto no Parque Nacional do Jalapão e pernoitamos em São Félix do Tocantins.
Dia 5
Fervedouro Bela Vista
Após o café da manhã, fomos visitar o Fervedouro Bela Vista (o maior do Jalapão), na foto não da pra entender, mas ele é gigante, são permitidas 10 pessoas por horário e ele possui 9 nascentes na piscina. Uma curiosidade é a profundidade dos fervedouros, eles tem pontos que “dão pé” e outros que não, mas não é preciso saber nadar, então não se preocupe, as nascentes tratam de te deixar na superfície.
Fervedouro do Alecrim
Adorei esse fervedouro! Ele também é bem grande, pudemos entrar os oito do grupo e curtimos bastante. O calor que faz no Jalapão te faz ficar com vontade de ficar na água o tempo todo! Curtimos muito e até ensaiamos um pouco de nado sincronizado! hahahah (preferi não colocar as fotos aqui, mas você pode ver no Instagram: @mulheresmochileiras).
Cachoeira das Araras
Visitamos essa cachoeira no fim do dia e ela é bem especial. Adoro esses lugares mais rústicos, sem muita infraestrutura e a cachoeira das Araras é bem no meio do mato, um encanto! Apesar de cheia, ótimo lugar para curtir um banho, a água era um pouquinho mais gelada que as outras, mas era bem suportável. A água dos rios/cachoeiras do Jalapão é mais quentinha do que as que estamos acostumados no Sudeste, acredito que seja devido ao calor que faz o ano inteiro, é maravilhoso.
Serra da Catedral
Continuamos nosso trajeto pelas estradas de chão e paramos para visualizar e tirar fotos da linda Catedral. Vejam a foto, o formato parece muito com uma catedral mesmo.
Dia 6
Cachoeira do Soninho
Saímos pela manhã em direção à Cachoeira do Soninho, nossa primeira parada. Com uma queda D’Água bem bonita que vai em direção aos cânions, o lugar é de muita paz. Poucas pessoas vão até lá ainda, muitos reduzem os roteiros e, por isso, ainda é vazia.
Vale muito a pena, apesar de não poder pular na água, você terá uma vista incrível bem ao lado das quedas e penhascos. É possível ficar bem ali ao lado da água, lugar lindo para prática de meditação também, uma paz sem igual.
Da Cachoeira do Soninho fomos para a Cachoeira da Fumaça, já no fim do parque!
Eu diria que a sensação de estar aqui é surreal! Uma queda gigantesca, muito forte e barulhenta bem ao seu lado.
Realmente muito bonita! Inclua em seu roteiro, você não vai se arrepender!
E foi aqui na Cachoeira da Fumaça que encerrei o meu roteiro, tomando um banho ali atrás da queda dela, como se a vida respirasse mais forte naquele momento.
Agradecimentos
Agradeço muito ao Cristiano e toda equipe da Jalapão Oficial, que me deram a oportunidade de conhecer esse lugar incrível que é o Jalapão. Jailson, nosso guia maravilhoso, com uma alegria incrível que nos contagiou e junto com o Tiago conduziram nossa incrível aventura. No final desse post, deixo os contatos deles, são minha indicação de agência para você que quer conhecer esse lugar com uma galera incrível e sem preocupação. Foi tudo perfeito! Fica um beijo enorme também pra galera da fazendinha, o lugar que mais gostei de dormir, uma paz e o melhor café da manhã!
Agradeço muito aos meus companheiros de viagem, que foram parte fundamental desse roteiro. Poder conhecer cada um de vocês foi sensacional, suas histórias de vida, dividir esses momentos… nos tornamos amigos, combinamos viagens que um dia faremos juntos, enfim, muito amor. Sem vocês não teria sido fantástico como foi!
Agradeço também ao povo tocantinense, que me recebeu tão bem em todos os lugares, uma cultura rica, pessoas carismáticas e atenciosas, que me fizeram sentir em casa. E as comidinhas… ahhhh, eu quase voltei rolando! Obrigada!
Obrigada a vocês que estão lendo este relato, vocês fazem essas viagens acontecerem, obrigada mil vezes por estarem comigo nessa jornada. Tudo aqui é por amor e com muito carinho, acreditem. Gratidão, família!
Bora cair na estrada e fazer dessa passagem a melhor possível!
Indicação de Agência para a sua viagem:
Jalapão Oficial (Cristiano Tavares)
(63) 99114-5985
jalapaooficial8@gmail.com
Instagram: @jalapaooficial
Facebook: www.facebook.com/jalapaooficial.cristianotavares/
Belo roteiro!!!Obrigada pela dica.
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